Berlim vai integrar veículo elétrico à rede
de trens, metrô e ônibus; projeto do MIT em cidades europeias é similar ao de
aluguel de bicicletas
17 de fevereiro de 2013
Marcio Orsolini, especial para o
Estado - Barcelona - O Estado de S.Paulo
O roteiro é o mesmo. O paulistano que
viaja para desfrutar o verão na praia ou no interior sempre encontra na volta o
mesmo motivo que já lhe tira o espírito de renovação dos dias de folga: o
trânsito. Não basta o congestionamento das estradas, as filas quilométricas se
transferem para as cidades. Engana-se quem pensa que isso é assunto resolvido
em outras partes do mundo. Na Europa, mesmo com transporte público
desenvolvido, o trânsito também é motivo de reclamação.
Fabricado na Espanha, compacto Hiriko pode medir
1,5 ou
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Para minimizar a dor de cabeça com os
congestionamentos, Berlim encabeça uma novidade: ao longo deste ano, a capital
alemã colocará em testes pela cidade o projeto CityCar, desenvolvido pela
start-up (empresa pioneira) espanhola Hiriko
em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), que recebeu
investimentos de US$ 87 milhões.
Trata-se de um veículo elétrico dobrável de 2,63 metros de
comprimento para dois passageiros, que, ao dobrar, encolhe para 1,5 metro . A novidade
chega à Berlim por meio da empresa Deutsche Bahn, administradora dos
transportes na cidade, para integrá-lo às redes de trem, metrô, ônibus e
bondes. Atualmente, o projeto está em fase de testes em Vitória-Gasteiz, no
País Basco, na Espanha, onde nasceu a ideia.
Além da capital alemã, o pequeno carro deve chegar a
Barcelona, na Espanha, e Malmö, na Suécia, nos próximos anos. Apesar de
existirem alguns projetos similares pela região, o CityCar é o primeiro a ser
fabricado em larga escala. Inicialmente, estima-se que serão fabricadas 9 mil
unidades anuais até 2015 para que a população o alugue, em um modelo similar ao
das bicicletas que também ganham força em São Paulo. Os preços
ainda não estão definidos.
Os carros serão lançados em conjunto com a instalação
da infraestrutura de carregamento. "O uso compartilhado de veículos
elétricos leves - combinado com as redes de transporte público - pode de fato
contribuir significativamente para a redução do congestionamento urbano e a
poluição", diz o engenheiro eletricista americano Praveen Subramani, do
MIT, que liderou a equipe de desenvolvimento do City Car.
Ideia. O projeto foi
concebido em 2003, como parte da pesquisa do núcleo de Cidades Inteligentes no
MIT, que também desenvolve bicicletas elétricas - essas ainda numa fase
anterior à dos carros, mas que também chegarão à população nos próximos anos. O
conceito de uma dobradura e de uso compartilhado do CityCar para dois
passageiros surgiu em meados de 2008. Os anos seguintes foram de intenso
trabalho para ajustar as baterias e os sistemas de distribuição de alta
potência do carro. "Afinal, não adianta ser bonito, compacto e
ecologicamente correto, é preciso andar também", lembra Subramani.
A velocidade máxima do carro chega a 90 km/h e ele pode ser
usado por 120 quilômetros antes de precisar ser novamente ligado na tomada. A
recarga, aliás, dura pouco: em duas horas, o carro já está pronto para nova
viagem. O projeto concluído foi apresentado em janeiro de 2012 na Comissão da
União Europeia, em Bruxelas, Bélgica, que tem duas unidades diante de sua sede.
Agora que São Paulo começa a instalar bicicletas pelas ruas - tão comuns na
Europa -, o CityCar é mais uma ideia para se ficar de olho.
Fonte : http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,modelo-dobravel-e-aposta-contra-transito,997858,0.htm
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